Otavio Miguez da Rocha
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Otavio Miguez da Rocha Leão

Possui graduação em Geografia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1992), mestrado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1997) e doutorado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2005). Atualmente é professor associado da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geomorfologia e Recursos Hídricos, atuando principalmente nos seguintes temas: erosão, recuperação de áreas degradadas, revegetação, hidrologia e hidrologia de encostas.

projetos

O ensino de geografia é fortemente impregnado por uma visão dicotômica entre os processos associados à natureza e à sociedade, refletindo no campo do ensino uma tradição secular da produção do conhecimento geográfico, que implica em grandes dificuldades para o entendimento da dinâmica ambiental. Esse projeto vem desenvolvendo metodologias e práticas pedagógicas relacionadas ao entendimento das transformações nos geossistemas, associando as atividades humanas às modificações no meio físico. Utiliza-se o recorte espacial das bacias hidrográficas para integração de variáveis sociais e naturais e também para o desenvolvimento de práticas pedagógicas sobre a realidade sócio-ambiental dos espaços na qual as comunidades escolares estão inseridas. Nesse sentido esse projeto pretende contribuir com uma educação ambiental crítica e emancipatória, onde as causas da degradação ambiental não são naturalizadas nem despolitizadas, e muito menos desvinculadas de um meio sócio-econômico excludente e contraditório. Para tanto utiliza-se o próprio espaço de inserção da comunidade escolar como objeto de mapeamento geomorfológico e caracterização hidrológica, para discutir as modificações do meio-físico responsáveis pelos problemas ambientais urbanos e rurais que afetam a população. Procura-se destacar que essa realidade sócio-ambiental intensamente degradada, na qual as escolas estão inseridas, é derivada de um tipo específico de intervenção humana, que está diretamente relacionada ao modo de produção da economia e da forma de organização sócio-política.

O projeto vem sendo desenvolvido em bacias hidrográficas com distintas características de uso e ocupação do solo, englobando ambientes urbanos, rurais e unidades de conservação. São priorizados os estudo dos processos geomorfológicos nas encostas, especialmente aqueles relacionados a dinâmica hidro-erosiva, bem como suas resultantes para a dinâmica hidrológica das bacias. Nas bacias hidrográficas localizadas em São Gonçalo são abordadas as questões associadas a urbanização e suas resultantes para a dinâmica hídrica das encostas e da rede de drenagem. São correlacionadas as características geomorfológicas dessas bacias ao processo de ocupação, no sentido de decodificar as interações sistêmicas entre as unidades do relevo e o uso do solo. Através de mapeamentos geomorfológicos e de uso e cobertura do solo em escala de detalhe (1:10000) e da avaliação morfométrica das bacias são produzidos subsídios para o entendimento da dinâmica da paisagem. Especial atenção é dada as enchentes urbanas e aos processos erosivos nas vertentes, que afetam parcela significativa da população, que ocupa áreas vulneráveis a ocorrência desses fenômenos. Em Nova Friburgo, na bacia do Rio Macaé, vem sendo avaliadas as relações entre o turismo, as atividades agrícolas e a dinâmica hidrológica. O mapeamento dos condicionantes do meio físico-biótico serve de suporte para o entendimento das transformações da paisagem e suas relações com as atividades humanas desenvolvidas na bacia.

O processo de ocupação das encostas muitas vezes está associado a degradação da cobertura vegetal com a supressão das áreas florestadas e a substituição por coberturas antropogênicas associadas ao uso do solo urbano e rural. Essas alterações nas encostas podem propagar uma série de efeitos nesses sistemas, causando problemas relacionados a dinâmica erosiva e para a gestão de recursos hídricos. As encostas florestadas são importantes áreas de recarga de fluxos sub-superficiais devido ao favorecimento do processo de infiltração da água da chuva e minimizam a atividade erosiva. Nesse sentido torna-se relevante o desenvolvimento de metodologias para recuperação de encostas degradadas via revegetação. Nas encostas degradadas de São Gonçalo, em sua maioria ocupadas por gramíneas invasoras, vem sendo testados o plantio de sistemas agro-ecológicas para recuperação dos solos. Tal procedimento, desenvolvido numa estação de monitoramento implementada no campus em 2006, objetiva experimentar diferentes consórcios de espécies para revegetação de áreas degradadas. Os resultados indicam que o teor de matéria orgânica e as propriedades físicas do topo do solo respondem rapidamente a revegetação agro-ecológica, trazendo benefícios para a dinâmica hidrológica e minimizando a atividade erosiva. Especial atenção vem sendo dada as relações entre a regeneração da vegetação (natural ou induzida) com aspectos geomorfológicos e pedológicos das encostas estudadas.

AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DOCENTES EM GEOGRAFIA E OS TEXTOS E AS POLÍTICAS CURRICULARES NOS ESTADOS DO RIO DE JANEIRO E GOIÁS

O objetivo deste projeto é analisar o processo de construção e desenvolvimento das aulas dos professores de Geografia da Educação Básica, a partir dos textos curriculares nos estados do Rio de Janeiro e de Goiás, para a compreensão das diferentes formas de ensinar esta disciplina nestes estados. Entendemos que nos últimos tempos a discussão de como os professores têm utilizado o texto curricular nas suas aulas e como suas práticas são realizadas para mediar do conhecimento é questionada, devido à vários fatores: uma delas é a questão da avaliação externa. Analisa-se que a importância de sua prática está na produção e nas situações cotidianas de ensino e de aprendizagem sobre os conhecimentos geográficos criados por eles no ambiente escolar ao desenvolver as propostas metodológicas a partir das competências, habilidades, conceitos e conteúdos apresentados nos textos curriculares dos dois estados. A partir do estudo de caso como referência metodológica, a pesquisa será organizada a partir das observações das aulas ministradas pelos docentes para reflexão sobre o papel e a contribuição que esta disciplina tem para a formação cidadã dos estudantes dos Ensinos Fundamental e Médio, compreendendo de fato se a razão de ser da Geografia tanto nos textos e nas políticas curriculares como nas aulas docentes estão associadas a uma discussão crítica sobre a sociedade e o mundo atual, a partir dos fenômenos, fatos e conceitos geográficos que se apresentam no cotidiano dos estudantes.

AS REFORMAS NAS POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS BRASILEIRAS: O CASO DAS CIÊNCIAS HUMANAS E DA DISCIPLINA GEOGRAFIA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES (2018-2021)

Nos últimos trinta anos se acirraram as discussões sobre as políticas públicas educacionais envolvem as questões ligadas às diferentes reformas no âmbito nacional, em virtude da aprovação de uma série de documentos, que tem normatizado e orientado os currículos dos cursos de formação de professores, das escolas e das disciplinas escolares. Essas mudanças estão relacionadas às políticas neoliberais e da globalização, implementadas pelo Banco Mundial, que nome do mercado mundial, busca desenvolver um projeto educacional voltado para a competividade e mercadoria. Desta maneira, o objetivo deste projeto é analisar os discursos presentes nos documentos educacionais Plano Nacional de Educação (2014/2024), Diretrizes Curriculares para Formação de Professores 2015 Base Nacional Comum Curricular e a Lei nº 13.415 de 16/02/2017 tendo como foco a formação de professores da disciplina Geografia. Por meio da metodologia da análise de discurso promover do contexto para a apreensão mais completa do objeto TV.

DIDÁTICA E MEDIAÇÃO DE CONHECIMENTOS GEOGRÁFICOS DOS PROFESSORES DO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO

O projeto de pesquisa é oriundo de alguns questionamentos sobre a questão da didática do professor de Geografia e de sua formação na rede pública de ensino. Partindo do pressuposto que a formação docente e da didática são pontos importantes na discussão da organização dos conceitos e conteúdos dos fenômenos geográficos na articulação com o cotidiano, é imprescindível trabalhar no contexto atual na perspectiva de uma relação ensino e aprendizagem mais significativa. Para se pensar a Didática, antes de tudo, deve-se repensar o papel do currículo e da própria pedagogia atualmente, na busca de subsídios que movimente o olhar do docente e também do discente para perceber como essa disciplina cria condições para a compreensão do mundo. Esta que está relaciona, no caso da Geografia, a um conjunto de fenômenos geográficos que estão localizados no espaço na qual modifica a atuação do homem sobre a sociedade e sobre o meio em que vive. Na Geografia Escolar, o seu propósito é fazer com que o aluno compreenda e reflita sobre a sua leitura de mundo e do espaço para a organização das ações da sociedade sobre ela mesma e sobre os objetos e fenômenos para satisfação de suas necessidades. Nessa perspectiva, entendemos ser fundamental uma análise dos processos didáticos com os movimentos da escola, ou seja, a gestão e a cultura escolar, para que haja articulações entre os docentes e os discentes para interligarem o saber geográfico. A formação de professores de Geografia pode se pautar pela concepção de profissional crítico-reflexivo, essa formação deve ser aberta à possibilidade de discussão sobre o papel da educação, em suas várias dimensões, para a construção da sociedade e para a definição do papel da Geografia na formação geral do cidadão. A formação e prática docente estão interligadas com as necessidades que o sistema educativo gera em estruturar o conhecimento, para que esse mediador produza uma práxis dentro e fora da escola, possibilitando um diálogo entre a teoria e a prática, por intermédio de uma formação consolidada, orientada e articulada em promover um senso crítico no fato de pensar os professores como profissionais “reflexivos”. A construção de um saber docente que possa compreender o seu papel na produção espacial, bem como articular o ensino e a aprendizagem de maneira que esse possa ser o mediador do conhecimento, buscando novos parâmetros pedagógicos e geográficos. Pensando assim, é importante que esse projeto traga os professores da rede pública e privada a discutir e a mostrar o que estão realizada na escola, valorizando seu trabalho e permitindo também que esses participem da construção do conhecimento escolar na acadêmicas.

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