Charlles da França Antunes
Professor Associado do Departamento de Geografia da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (DGEO/FFP/UERJ). Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em História do Pensamento Geográfico Brasileiro, Teorias e Métodos da Geografia e Ensino de Geografia, atuando na graduação e no Programa de Pós-graduação em Geografia da FFP/UERJ. Graduado em Geografia pela Universidade Federal Fluminense (1991), Mestrado e Doutorado em Geografia pela Universidade Federal Fluminense (2001 e 2008). Coordena os projetos “Memória da Geografia Brasileira” e “A Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB) e a Construção da Geografia Brasileira: constituição e consolidação de um campo científico”.
projetos
A Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), fundada em 1934, no mesmo ano da criação do primeiro curso universitário de Geografia no Brasil, constitui-se na mais importante associação científica da geografia brasileira. Através de seus eventos (congressos, Encontros e Assembléias), e de suas pesquisas e publicações, a Geografia brasileira, teve grande impulso na direção de sua consolidação como um importante campo de conhecimento. O objetivo dessa pesquisa é trazer a luz, não só a história de construção dessa associação, como a sua contribuição para esse processo de construção de uma ciência.
O Projeto CEDIPE, nascido no Departamento de Geografia da FFP/UERJ, constitui-se num importante espaço de pesquisa, produção, sistematização, ensino e disseminação de informações, documentos, publicações e experiências sobre a temática do ensino de geografia. Criado inicialmente para produzir um acervo de teses e dissertações elaboradas sobre o ensino de geografia transformou-se na mais importante referência hoje no Brasil sobre o tema. O acervo de teses e dissertações é o mais amplo e organizado de todo o país, sendo acessível pela internet, na forma impressa em papel e em mídia digital. Incorporou em suas atividades um conjunto de projetos de pesquisa, passando a dar suporte técnico e receber de cada um deles suas produções e materiais didáticos para torná-los públicos e ao alcance de qualquer professor ou estudante, em qualquer parte do país. Integra uma rede de Laboratórios de Ensino de Geografia no Brasil, e prepara-se para fazer parte da REDE LATINA. As parcerias com a Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB) e com o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (SEPE-SG), possibilitaram, respectivamente, a produção de acervo e a realização de atividades de extensão envolvendo professores e estudantes da escola básica. Faz parte ainda da proposta do Projeto CEDIPE a divulgação da produção geográfica com o uso da internet através de sua WEB TV.
A institucionalização universitária da Geografia no Brasil ocorrida a partir da década de 1930 deu início a um processo de expansão da presença da ciência geográfica no país. A força dessas instituições, somada ao que havia de saber geográfico anterior ao seu surgimento foi, ao longo das décadas seguintes, absolutamente profícuo e intensos de pesquisas e produções, de criações de importantes instituições e de gerações de influentes intelectuais. O objetivo dessa pesquisa é trazer a lume parte dessa história, resgatando assim a memória da geografia brasileira, seus atores, suas idéias, seus movimentos e instituições.
AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DOCENTES EM GEOGRAFIA E OS TEXTOS E AS POLÍTICAS CURRICULARES NOS ESTADOS DO RIO DE JANEIRO E GOIÁS
O objetivo deste projeto é analisar o processo de construção e desenvolvimento das aulas dos professores de Geografia da Educação Básica, a partir dos textos curriculares nos estados do Rio de Janeiro e de Goiás, para a compreensão das diferentes formas de ensinar esta disciplina nestes estados. Entendemos que nos últimos tempos a discussão de como os professores têm utilizado o texto curricular nas suas aulas e como suas práticas são realizadas para mediar do conhecimento é questionada, devido à vários fatores: uma delas é a questão da avaliação externa. Analisa-se que a importância de sua prática está na produção e nas situações cotidianas de ensino e de aprendizagem sobre os conhecimentos geográficos criados por eles no ambiente escolar ao desenvolver as propostas metodológicas a partir das competências, habilidades, conceitos e conteúdos apresentados nos textos curriculares dos dois estados. A partir do estudo de caso como referência metodológica, a pesquisa será organizada a partir das observações das aulas ministradas pelos docentes para reflexão sobre o papel e a contribuição que esta disciplina tem para a formação cidadã dos estudantes dos Ensinos Fundamental e Médio, compreendendo de fato se a razão de ser da Geografia tanto nos textos e nas políticas curriculares como nas aulas docentes estão associadas a uma discussão crítica sobre a sociedade e o mundo atual, a partir dos fenômenos, fatos e conceitos geográficos que se apresentam no cotidiano dos estudantes.
AS REFORMAS NAS POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS BRASILEIRAS: O CASO DAS CIÊNCIAS HUMANAS E DA DISCIPLINA GEOGRAFIA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES (2018-2021)
Nos últimos trinta anos se acirraram as discussões sobre as políticas públicas educacionais envolvem as questões ligadas às diferentes reformas no âmbito nacional, em virtude da aprovação de uma série de documentos, que tem normatizado e orientado os currículos dos cursos de formação de professores, das escolas e das disciplinas escolares. Essas mudanças estão relacionadas às políticas neoliberais e da globalização, implementadas pelo Banco Mundial, que nome do mercado mundial, busca desenvolver um projeto educacional voltado para a competividade e mercadoria. Desta maneira, o objetivo deste projeto é analisar os discursos presentes nos documentos educacionais Plano Nacional de Educação (2014/2024), Diretrizes Curriculares para Formação de Professores 2015 Base Nacional Comum Curricular e a Lei nº 13.415 de 16/02/2017 tendo como foco a formação de professores da disciplina Geografia. Por meio da metodologia da análise de discurso promover do contexto para a apreensão mais completa do objeto TV.
DIDÁTICA E MEDIAÇÃO DE CONHECIMENTOS GEOGRÁFICOS DOS PROFESSORES DO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO
O projeto de pesquisa é oriundo de alguns questionamentos sobre a questão da didática do professor de Geografia e de sua formação na rede pública de ensino. Partindo do pressuposto que a formação docente e da didática são pontos importantes na discussão da organização dos conceitos e conteúdos dos fenômenos geográficos na articulação com o cotidiano, é imprescindível trabalhar no contexto atual na perspectiva de uma relação ensino e aprendizagem mais significativa. Para se pensar a Didática, antes de tudo, deve-se repensar o papel do currículo e da própria pedagogia atualmente, na busca de subsídios que movimente o olhar do docente e também do discente para perceber como essa disciplina cria condições para a compreensão do mundo. Esta que está relaciona, no caso da Geografia, a um conjunto de fenômenos geográficos que estão localizados no espaço na qual modifica a atuação do homem sobre a sociedade e sobre o meio em que vive. Na Geografia Escolar, o seu propósito é fazer com que o aluno compreenda e reflita sobre a sua leitura de mundo e do espaço para a organização das ações da sociedade sobre ela mesma e sobre os objetos e fenômenos para satisfação de suas necessidades. Nessa perspectiva, entendemos ser fundamental uma análise dos processos didáticos com os movimentos da escola, ou seja, a gestão e a cultura escolar, para que haja articulações entre os docentes e os discentes para interligarem o saber geográfico. A formação de professores de Geografia pode se pautar pela concepção de profissional crítico-reflexivo, essa formação deve ser aberta à possibilidade de discussão sobre o papel da educação, em suas várias dimensões, para a construção da sociedade e para a definição do papel da Geografia na formação geral do cidadão. A formação e prática docente estão interligadas com as necessidades que o sistema educativo gera em estruturar o conhecimento, para que esse mediador produza uma práxis dentro e fora da escola, possibilitando um diálogo entre a teoria e a prática, por intermédio de uma formação consolidada, orientada e articulada em promover um senso crítico no fato de pensar os professores como profissionais “reflexivos”. A construção de um saber docente que possa compreender o seu papel na produção espacial, bem como articular o ensino e a aprendizagem de maneira que esse possa ser o mediador do conhecimento, buscando novos parâmetros pedagógicos e geográficos. Pensando assim, é importante que esse projeto traga os professores da rede pública e privada a discutir e a mostrar o que estão realizada na escola, valorizando seu trabalho e permitindo também que esses participem da construção do conhecimento escolar na acadêmicas.