Ana Valéria Freire Allemão Bertolino
Possui graduação em Licenciatura em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1991), graduação em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1997), mestrado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1997), doutorado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2004) e Pós-Doutorado em Geografia pela Universidade de Coimbra (2015). Atualmente é professor Associado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Procientista. É docente do curso de graduação e Pós-graduação em Geografia e tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Pedologia e Geomorfologia, atuando principalmente nos seguintes temas: erosão, hidrologia e fogo.
projetos
Este projeto tem como objetivo avaliar o manejo da agricultura de corte, queima e pousio, denominada de “slash-and-burn”. Este tipo de agricultura quando praticado de forma tradicional garante a subsistência de populações pobres rurais. Entretanto, a literatura acadêmica e o debate político vêm trazendo um debate acerca dos problemas ambientais, trazidos pela agricultura de corte e queima em regiões de Bioma de Mata Atlântica, fato que tem gerado grandes debates. Apesar do sistema de “slash-and-burn” ser um manejo criticado por diversos autores, o mesmo também auxilia na regeneração das áreas a partir da utilização do pousio, o que atesta a sua sustentabilidade quando praticado tradicionalmente.
O termo “shifting agriculture” ou “slash-and-burn” envolve uma gama de técnicas que denota seu caráter diversificado em diferentes partes do mundo, entretanto tem como característica similar o aproveitamento do capital energético da floresta em recomposição. Mesmo com muitas variantes, as características essenciais do padrão de cultivo nestes sistemas são a utilização do corte da vegetação, uso do fogo e períodos de pousio da terra após a colheita.
Um dos problemas relacionados ao sistema de “slash-and-burn” é a redução do tempo de pousio. Outro problema está centrado na utilização de fogo, pois este pode trazer modificações nas propriedades do solo, repelência da água, escoamento superficial e perda de nutrientes. Por outro lado, o sistema de “slash-and-burn” é também analisado por diversos autores que constatam a melhoria do sistema, tais como: recarga e drenagem dos solos, aumento dos macroagregados e diminuição da erosão e escoamento superficial.
O trabalho é desenvolvido em São Pedro da Serra, Município de Nova Friburgo – RJ, onde predomina o bioma de Mata Atlântica. Este estudo tem como objetivo contribuir para o entendimento da dinâmica da paisagem ocorrida a partir do manejo e uso e suas repercussões em diferentes áreas, tais como: sistema sem cobertura (SC), sistema abandonado de corte, queima e pousio de 5-7 anos (PO) e sistema de coivara (CO).
A precipitação é registrada por intermédio de pluviômetros. As perdas de água e solo são mensuradas a partir de parcelas de erosão de Wischmeier e os potenciais matriciais são obtidos a partir de sensores de matriz granular. Também são selecionados indicadores de qualidade do solo como a porosidade, a matéria orgânica e as propriedades químicas do solo.
Busca-se entender, explicar e discutir os processos de construção e modificação das áreas com presença de agricultura de corte, queima e pousio , contribuindo para o conhecimento do próprio agricultor e dos órgãos governamentais sobre os efeitos dos diferentes tipos de sistemas agrícolas sobre os geossistemas.
Situação: Em andamento Natureza: Projetos de pesquisa
Alunos envolvidos: Graduação (2);
Integrantes: Ana Valéria Freire Allemão Bertolino(Responsável); Anna Regina Corbo; Luiz Carlos Bertolino; Maria Luiza Félix Kede; Otávio Rocha Leão; Renata Florêncio da Silva; Vitória Nicking Alexandre
Financiador(es): Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do RJ-FAPERJ
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PR2) – PROINFRA
O projeto tem como objetivo central entender como técnicas de manejo inadequadas vem a cada dia resultando na degradação do solo de forma acelerada. Visando o aumento da produtividade, o Homem vem alterando a estrutura do solo e promovendo modificações que, na maioria das vezes, resultam em transformações do meio ambiente.
O manejo do solo traz modificações na sua estrutura natural e promove uma série de transformações. Dependendo da técnica de preparo utilizada podem ocorrer modificações que favoreçam e/ou tragam prejuízos para o sistema. Essas mudanças podem resultar em alterações do comportamento hidrológico, que por sua vez, podem aumentar a erosão sobre uma determinada área.
A efetividade das práticas de conservação em minimizar os processos erosivos está relacionada ao entendimento das características hidrológicas, do tipo de cultivo, dos tipos de solos e, também, das características geográficas de cada região, pois somente com este entendimento é possível avaliar e definir as práticas conservacionistas adequadas para cada tipo de área. Neste projeto busca-se a partir da adubação verde, por intermédio de leguminosas, entender as melhorias nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. As leguminosas apresentam importância entre as espécies vegetais que podem ser utilizadas como plantas melhoradoras do solo, pela sua capacidade em obter nitrogênio por meio de bactérias específicas, as quais ao se associarem com as leguminosas, utilizam o nitrogênio atmosférico transformando-o em compostos nitrogenados.
O projeto tem como objetivos avaliar os processos hidrológicos nos solos, buscando-se entender o papel desenvolvido da adubação verde nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. Além de caracterizar a variação temporal e espacial do caminho percorrido pela água, avaliar os fluxos preferenciais associados às descontinuidades hidráulicas, entender as modificações ocorridas nas propriedades dos solos em decorrência dos diferentes sistemas de manejo e uso e suas relações com a hidrologia.
O estudo é desenvolvido na Estação Experimental Pesquisa de Erosão instalada no Assentamento Fazenda Engenho Novo (EEPE-AFEN) localizado no município de São Gonçalo. A presente área registra a classe de Argissolos Vermelho Distrófico abrupto que possui características relacionadas a processos intensos de erosão. Esses solos apresentam descontinuidades texturais e estão relacionadas ao acúmulo de argila com o aumento da profundidade resultando em fluxos preferenciais. Com a finalidade de se entender a hidrologia dessas áreas são utilizados blocos de matriz granular e tensiômetros distribuídos em três áreas: a) SC – área sem cobertura, 2) T1 – área com plantio de mandioca e Cudzu Tropical (Pueraria phaseoloides) e c) T2 – área com presença de mandioca e com faixas de Feijão Guandu (Cajanus cajan). São também obtidos dados de precipitação por intermédio de pluviômetro Ville de Paris. As análises físicas são realizadas a partir de amostras deformadas (granulometria) e indeformadas (densidade aparente, macro, micro, porosidade total e condutividade hidráulica) coletadas no campo. Ainda são realizadas análises de matéria orgânica, pH e fertilidade do solo. Pretende-se com esses resultados entender a dinâmica hidrológica de solos com a presença de descontinuidades hidráulicas severas e corroborar com os agricultores locais no entendimento do melhor manejo e uso dessas áreas.
Alunos envolvidos: Graduação (2);
Integrantes: Ana Valéria Freire Allemão Bertolino(Responsável); Luiz Carlos Bertolino; Larissa Souza de Almeida; Pablo Alves Alfradique
Este projeto tem como objetivo central demonstrar as repercussões físicas, químicas, mineralógicas e hidrológicas de incêndios florestais no solo. Ou seja, os efeitos do fogo sobre as paisagens, e os elementos nelas inseridos, derivam de sua energia de combustão e grau de degradação.
Diversos autores apontam que o fogo pode ser classificado como sendo de baixa intensidade, onde as temperaturas não ultrapassam os 200ºC, caracterizando as queimadas, e de alta intensidade, quando além de superarem este valor térmico, as chamas apresentam altura elevada, caracterizando os incêndios. Este tipo de fogo tende a estar relacionado com o maior aporte de matéria orgânica, isto é, presença de materiais com maior poder de liberação de energia. Os impactos negativos do fogo abaixo da superfície estão relacionados com a quebra das estruturas do solo, ocasionando a redução da umidade e o desenvolvimento de repelência à água, assim como mudanças nos fluxos de ciclagem de nutrientes, perda do quantitativo do material vegetal que se deposita no solo resultante dos componentes senescentes do dossel arbóreo e alteração da biota do solo. O objetivo central do projeto é entender as alterações das propriedades físicas, químicas, mineralógicas e hidrológicas associadas aos incêndios. Busca-se como objetivos específicos comparar a severidade de incêndios com temporalidades distintas a partir das marcas deixadas na vegetação, compreender a distribuição espacial dos efeitos do fogo e avaliar os valores de erosão temporalmente e espacialmente.
O estudo é desenvolvido no Assentamento Fazenda Engenho Novo localizado no município de São Gonçalo. Com a finalidade de se entender os incêndios florestais nesta área são utilizadas duas áreas experimentais: a) SC – área sem cobertura com presença de incêndio, 2) T1 – área com adubação verde e presença de incêndio. Com a finalidade de atender os objetivos propostos são realizados testes de repelência, caracterização das propriedades físicas, caracterização química, fracionamento químico, infravermelho e difratometria de Raios X. Pretende-se, romper com um sistema de manejo historicamente degradante dos recursos naturais da propriedade e migrar para um novo modelo de pensar e gerir os seus sítios de produção representam a possibilidade de quebra de paradigma dos agricultores familiares ali assentados. Busca-se assim avaliar a revitalização do solo agrícola a partir do emprego de práticas relacionadas à adubação verde.
Alunos envolvidos: Graduação (2);
Integrantes: Ana Valéria Freire Allemão Bertolino(Responsável); Luiz Carlos Bertolino; Thiago Neves Simeão; Ágata Nicole Castro de Santana